segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Resumo dos últimos seis meses...
Há seis meses, após sair do melhor estágio da minha vida, entrei numa consecutiva mediocridade profissional e sentimental. Primeiro, comecei a trabalhar num sub-emprego que diariamente me matava aos poucos e me fazia sentir como se todo o tempo que gastei estudando de nada valesse.
Saí de lá quando surgiu a primeira oportunidade de trabalhar num lugar onde poderia exercer minha profissão. Mas nessa nova empresa, logo descobri que a realidade seria diferente. Em vez de ser assessora de comunicação, cargo para o qual fui inicialmente contratada, fui rebaixada à secretária pessoal; e a extrema ordem era: resolver assuntos particulares do chefe na hora e vez que ele mandasse. “Dê prioridade para as minhas coisas, depois você resolve o resto”, dizia ele.
A lista de pedidos era grande e envolvia coisas desde marcar consultas com médicos, comprar remédios, servir café a ele e seus clientes e até bancar a office-girl, indo de ônibus buscar cheques em empresas para descontá-los em bancos. Como se não bastasse, dia após dia, tinha que viver a tensão de lidar com um homem controlador, picareta, podre, desonesto, caloteiro, indigno, afobado e descompensado emocionalmente que ligava de cinco em cinco minutos para dar ordens e saber o que eu e demais colegas de trabalho estávamos fazendo. Cada passo era monitorado por esse pseudo administrador que quer manter seu negócio às custas da tentativa de esconder as bases podres sobre as quais ele tenta se firmar.
Me sentia sufocada, presa dentro de um triângulo (por ser a forma geométrica com menos lados), e invariavelmente ficava tensa com a simples presença do meu chefe. A carga negativa no trabalho era muito alta e tinha a impressão que a qualquer momento aquele homem poderia surtar e xingar todos a sua volta. Se em todos os meus antigos trabalhos eu poderia ganhar facilmente o miss simpatia caso fizessem esse concurso; nesse, eu ganharia o miss antipatia e o miss nervosismo.
Me submeter a essa situação também me fazia sentir medíocre, mas meu salário estava comprando algumas satisfações que amenizavam essa sensação ruim. Mas, de qualquer forma, eu queria sair, me sentir livre, exatamente como na música I Want Out, do Helloween; e pensava: “isso vai durar até eu achar algo melhor”.
As pouquíssimas alegrias que tinha quando conseguia de fato realizar meu trabalho não impediram que meu ânimo caísse gradativamente à medida que o tempo passava.
Até que semana passada, fui despedida sob a alegação de não dar resultados em meu emprego. Convenhamos: uma tarefa extremamente difícil, uma vez que as obrigações oficiais sempre tiveram que ser colocadas em segundo, terceiro, quarto ou último plano.
Num primeiro momento, fiquei mal. Foi tudo de repente e eu não estava esperando. Mas depois comecei a sentir que estava recuperando o meu ânimo diante da vida e voltando a ser eu mesma.
Sinceramente, espero que as coisas melhorem a partir de agora.
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Assim que isso aconteceu, foi impossível não me dar conta também que há exatamente seis meses, outro lado da minha vida, o sentimental, também entrava numa fase decadente e fonte de consideráveis e profundas desilusões. Foi no começo dessa época que fiquei pela primeira e última vez com o cara que me deu o melhor beijo da minha vida e me deixou apaixonada por ele. Porém, ele não quis saber de nenhum envolvimento comigo.
Durante todos os meses seguintes, revivi minhas lembranças e vivi os ecos de uma paixão não correspondida, e passei por uma sequência consecutiva de más experiências com ficantes.
Novamente, espero que as coisas melhorem a partir de agora.
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